O que será da telemedicina após a pandemia?

por Lívia Nogueira em 09/03/2021 ⇠ Veja outros Posts

O que será da telemedicina após a pandemia é algo que vem sendo discutido entre os profissionais da área. Muitas empresas se adaptaram ao home office nesse período que estamos vivendo e com a medicina não tem sido diferente.

Não há dúvidas de que muita coisa mudou em relação ao formato de trabalho em muitas empresas com a pandemia do COVID-19, desde março de 2020. O CFM (Conselho Federal de Medicina) publicou uma resolução sobre a telemedicina como forma de prestação de serviços médicos mediados por tecnologias, que passou a ter um destaque de atuação maior com a pandemia.

No período de distanciamento social o atendimento pela telemedicina se torna cada vez mais presente na rotina dos profissionais da saúde. Mas será que após a pandemia continuará acontecendo?

Com a ajuda de tecnologias como vídeo chamadas e ligações, é possível que o médico responsável por diversos ramos da medicina possam dar assistência aos seus pacientes. Robôs-cirurgiões e teleconsultas são alguns dos destaques, entre diversos outros.

Durante a pandemia, o que tem sido mais utilizado da telemedicina são laudos a distância e fatores relacionados à medicina ocupacional, como emissão de exames admissionais e demissionais.

São três as formas de telemedicina reconhecidas pelo CFM, na resolução CFM nº 1.643/2002:

- Teleorientação: profissionais da medicina realizam de forma remota a orientação e o encaminhamento de pacientes em isolamento.

- Telemonitoramento: permite orientação e supervisão médica para monitoramento ou vigência à distância de parâmetros de saúde e/ou doença.

- Teleinterconsulta: exclusiva para troca de informações e opiniões entre médicos, seja para auxílio diagnóstico ou terapêutico.

Por enquanto, de acordo com a portaria nº 467, de 20 de março de 2020, a lei é que seja algo realmente temporário durante o período da pandemia, mas com a popularização da telemedicina e os inúmeros benefícios que esse formato oferece, há uma grande repercussão entre os legisladores e o CFM para que haja uma mobilização e seja criada uma normativa para representar maior segurança na área jurídica e a telemedicina possa continuar atuando após a pandemia.

Além da portaria citada anteriormente, houve também um ofício pelo presidente Jair Bolsonaro permitindo o uso de telemedicina apenas durante a pandemia. No documento em questão é dito como telemedicina o exercício da medicina através de meios tecnológicos com fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e também lesões.

A telemedicina apenas pode ser realizada se o médico deixar claro para o paciente todas as limitações dela, visto que em atendimento remoto é impossível, por exemplo, a realização de exame físico. Além disso, é preciso que a telemedicina siga os mesmos padrões normativos e éticos dos atendimentos presenciais, inclusive em relação ao financeiro do serviço prestado, pois não cabe ao poder público pagar por isso, a não ser que seja um serviço prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O futuro da telemedicina

Mesmo quando a pandemia acabar e as pessoas puderem voltar a circular sem máscaras em aglomerações, a intenção é fazer com que a telemedicina siga firme e forte. Ela é uma ferramenta muito importante na área da saúde, visto que possibilita que os médicos realizem atendimento mesmo em casos onde não houver urgência.

A proteção é uma via de mão dupla, pois ao mesmo que protege os profissionais da saúde, protege também os pacientes de se exporem em clínicas e hospitais e tenham um risco maior de contágio do coronavírus ou outras doenças transmitidas por vírus e bactérias.

Para que continue dando certo após o fim da pandemia, é essencial que os médicos foquem num atendimento humanizado, mesmo que de forma online e remota, para que seja sempre benéfico para ambas as partes. A medicina humanizada é uma tendência super positiva que tende a conquistar mais e mais pessoas!

Em questões de investimentos focados na telemedicina, o cenário ainda caminha devagar. Uma coisa é certa: passar para definitivas a aprovação e regulamentação dariam mais segurança para que profissionais da saúde e grandes hospitais, por exemplo, pudessem expandir os setores de tecnologia, de forma com que aumentasse também a segurança na comunicação entre médicos e pacientes, para que o nível de interação nas teleconsultas pudessem ter a experiência do usuário aperfeiçoada.

Com o avanço dos estudos e possibilidades ofertadas pela telemedicina, novos algoritmos e dispositivos médicos de suporte tendem a chegar ao mercado e, assim, tornar a prática da telemedicina cada vez mais segura e eficiente no cotidiano da população mesmo após a pandemia.

As práticas de consultas online neste momento da pandemia são essenciais para que os protocolos de segurança da OMS (Organização Mundial de Saúde) sejam seguidos e não haja aglomerações e maior risco de contágio nos centros médicos. Esta é a nossa realidade atual: a realidade da necessidade. Mas mesmo após a pandemia, pode vir a ser a nova normalidade.

Atualmente a telemedicina ainda é limitada, sendo seu uso permitido muitas vezes apenas em casos específicos e de emergências. Por outro lado, há em meio aos profissionais da saúde a discussão sobre a necessidade de que faça parte da normalidade do nosso cotidiano. Se pararmos para analisar como a tecnologia avança a cada ano podemos nos questionar o quanto é importante que a área da saúde saiba tirar proveito disso da melhor forma possível.

Regulamentação voltará a ser pelo CFM

Todas as publicações oficiais sobre a telemedicina são claras: está permitido apenas durante a pandemia. Após a pandemia será preciso uma nova legislação, bem como um novo parecer do CFM e qualquer outra entidade da área de saúde.

O Congresso Nacional também já deixou claro que a responsabilidade pela regulamentação do uso da telemedicina após a pandemia voltará a ser do Conselho Federal de Medicina. Antes, no texto original, Jair Bolsonaro havia vetado o fato de a regulamentação ser pelo CFM, mas o veto foi derrubado pelo Congresso Nacional.

É importante enfatizar que a telemedicina não substitui em hipótese alguma a consulta presencial, mas sim é apenas uma outra modalidade de consulta com o intuito de dar mais acesso aos pacientes na área da saúde.

Exames físicos sempre serão necessários, assim como o acompanhamento de perto de alguma doença ou validação da hipótese diagnóstica. A telemedicina tende a evoluir com o avanço da tecnologia, mas é óbvio que nunca substituirá o contato e cuidado direto entre médicos e pacientes.

Enquanto isso o CFM irá criar uma Comissão Especial para estudar e revisar as ações e práticas da telemedicina no Brasil, para que seja debatido pelo Plenário do CFM com o objetivo de tornar a prática uma realidade cada vez mais presente nas instituições de saúde após a pandemia visando facilitar cada vez mais o acesso à saúde pela população.

 

Para quaisquer dúvidas que possam surgir sobre o tema ou sobre o nosso sistema propriamente dito, estamos à disposição para saná-las e ajudar no que for necessário. 

Fique de olho e nos acompanhe nas próximas postagens! :)

 

Lívia Nogueira

Lívia é do time de Marketing e redatora do BeeRads.

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